terça-feira, 12 de julho de 2011

O TRABALHO

O TRABALHO: O termo Trabalho, pode ter nascido do vocábulo latino tripallium, que significa “instrumento de tortura”, e sob muito tempo esteve associado à ideia de atividade penosa e torturante.
O Trabalho nas diferentes sociedades
As sociedades tribais, diferenciam-se umas das outras em muitos aspectos, mais pode se dizer que em termos gerais, não são estruturadas pela atividade que conhecemos como trabalho.
A organização de suas atividades caracteriza-se pela divisão das tarefas por sexo e idade, eles dedicam um mínimo de horas diárias ao que chamamos de trabalho ( neste caso a produção).
Exemplos...
Os Ianomâmes= (Amazônia) pouco mais de 3 horas diarias.
Os guayakis= (Paraguai) cerca de 5 horas mais não todos os dias.
A explicação para isso é a relação que esses povos tem com a natureza.
Integradas ao meio ambiente e a todas as demais atividades, as tarefas relacionadas a produção não compõe assim uma esfera específica de vida, ou seja, não há um “mundo do trabalho” nas sociedades tribais.
Nas sociedades grega e romana, era a mão de obra escrava que garantia a produção necessária para suprir a necessidade da população. Mesmo os trabalhadores livres eram explorados e oprimidos pelos senhores e proprietários.Estes eram desobrigados de qualquer atividade, exceto a de discutir os assuntos da cidade e do bem estar dos cidadãos.
Nas sociedades feudais, assim como no mundo greco romano, haviam também aqueles que trabalhavam- os servos, os camponeses livres e os aldeãos- e aqueles viviam do trabalho dos outros- os senhores feudais e os membros do clero. A terra era o principal meio de produção, e os trabalhadores tinham direito a seu usufruto e ocupação, mas nunca à propriedade.
Da antiguidade até o fim da idade média, as concepções do que denominamos trabalho apresentam variações mais pouca alterações. Sempre muito desvalorizado, o trabalho não era o elemento central o núcleo que orientava as relações sociais. Essas se definiam pela hereditariedade, pela religião, pela honra, pela lealdade e pela posição em relação às questões públicas. Eram esses os elementos que permitiam que uns vivessem do trabalho dos outros.
Com fim o período medieval e a emergência do mercantilismo e do capitalismo, o trabalho “mudou de figura”. Se antes ele era visto como uma atividade penosa e torturante, passou aos poucos a ser considerado como algo positivo.
ATIVIDADE VIL => ATIVIDADE QUE DIGNIFICA O HOMEM.
Transformações:
• Separou-se a casa do mercado de trabalho;
• Separam o trabalhador de seus instrumentos;
Tiraram dele a possibilidade de conseguir a própria matéria prima
Processos de organização do trabalho:
A Cooperação simples:
Era mantida a hierarquia entre o mestre e o aprendiz, o artesão ainda desenvolvia todo o processo produtivo.
A manufatura:
O trabalhador continuava a ser artesão, não fazia tudo, do começo ao fim.
COMEÇA O SURGIMENTO DO TRABALHADOR COLETIVO.
O artesão tornou-se um trabalhador sem entendimento da totalidade do processo de trabalho e perdeu também o seu controle.
O produto tornou-se resultado das atividades de muitos trabalhadores. E o trabalho por sua vez,transformou-se em mercadoria que podia ser vendida e comprada, como qualquer outra.
Outra forma de trabalho:
A maquinofatura:
O Espaço de trabalho passou a ser a fábrica, lá estavam as maquinas para o processo de produção.
Assim o trabalhador foi convencido, de que a situação presente era melhor que a anterior.
SETORES QUE COLABORARAM PARA ESSA MUDANÇA
AS IGREJAS – trabalho é um bem divino/quem não trabalha não é abençoado/não trabalhar = preguiça= pecado.
OS GOVERNANTES – leis e decretos que penalizem quem não trabalha/desempregado = vagabundo = prisão/ajuda da polícia.
OS EMPRESÁRIOS – disciplina rígida no trabalho, entrada e saída.
AS ESCOLAS – passaram a ideia de que o trabalho era fundamental para a sociedade.( contos infantis, cigarra e a formiga, os três porquinhos.quem não trabalha leva a pior
Na verdade o trabalhador era livre, ou seja não era escravo nem servo, mais trabalhava mais horas do que antes.
Inglaterra França
1650-1750 44 a 45h. 50 a 60h.
1750-1850 72 a 80h. 72 a 80h.
1850-1937 58 a 60h. 60 a 68h.
Fonte: Cunha, Newton.A felicidade imaginada: a negação do trabalho e do lazer.São Paulo: brasiliense, 1987.p.37.
O TRABALHO NO BRASIL
Período de escravidão;
Período de colonato;
Sistema:
As famílias que aqui chegavam, assinavam um contrato nos seguintes termos:
-O fazendeiro adiantava uma quantia necessária ao transporte e aos gastos iniciais de instalação e sobrevivência dos colonos e de suas famílias.
Estes por sua vez deviam cuidar de um número determinado de pés de café, no final da colheita seria feita uma divisão com o proprietário.Os colonos eram obrigados a pagar juros pelo adiantamento e não podiam sair da fazenda enquanto não houvessem saldado a dívida, o que demorava muito uma vez que o adiantamento era sempre maior que os lucros adindo do café.PARCERIA DE INDIVIDAMENTO,o que passava de pai p/ filho.
Houve pressão estrangeira para que se melhorasse as condições de trabalho desses imigrantes.
A partir dos primeiros anos do século XX, os trabalhadores urbanos passaram a reivindicar melhores condições de trabalho.Diminuição da carga horária semanal, melhorias salariais, a normatização do trabalho das mulheres e crianças.
Até o fim da segunda guerra (1945), a maior parte da população brasileira vivia na zona rural.Mantinha-se uma estrutura social, econômica e política vinculada a terra.
Nos próximos 60 anos após a segunda guerra nosso pais mudou radicalmente...


Dados de 2004 IBGE

15% da população economicamente ativa trabalhava na industria;
Dos 85% restantes:
De 60% a 65% dos trabalhadores estavam nos setores do comércio e de serviços e em atividades administrativa;
Apenas 20% na agropecuária, na caça e na pesca.
Os trabalhadores passaram a organizar movimentos de greve, a maior foi em 1917, em São Paulo.
Com o desenvolvimento industrial crescendo ainda haviam preocupações com o trabalhador do campo, mais o foco era o trabalhador urbano. O que se fez necessária uma regulamentação trabalhista, que veio com Getúlio Vargas em 1930.
O DESEMPREGO
Na agricultura houve a expansão da mecanização em todas as fases.
Na industria a crescente automatização das linhas de produção.
Dados:
Em 1980, para produzir 1,5 milhões de veículos as montadoras empregavam 140 mil operários.
Hoje, para produzir 3 milhões de veículos as montadoras empregam apenas 90 mil trabalhadores.
Algumas considerações
Somente será possível resolver a questão de emprego e da renda no Brasil,com a mudança da política econômica atual, com a ampliação da presença do Estado nos mais diversos setores- educação, saúde segurança, transporte, cultura esporte lazer- o que envolverá a contratação de milhares de pessoas, além de investimentos maciços em estradas, habitações e obras públicas.

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